"Estamos vendendo a dacha"
Este ano, mudei a cerca que separa nosso local do beco. E sabe, imediatamente me senti no centro dos acontecimentos: só o preguiçoso não dava conselhos sobre como fazer furos e como fazer pilares de concreto. Mas não se trata disso, mas de uma conversa entre dois vizinhos, que consegui ouvir.
Há um jovem (cerca de 30 anos) e seu vizinho (cerca de 60 anos). Duas gerações diferentes - duas visões diferentes da terra.
O cara diz: "Estamos vendendo a dacha."
Os olhos do vizinho se erguem lenta mas seguramente e estão prestes a superar a barreira na forma de uma faixa estreita de sobrancelhas e atingir a franja - Você não quer trabalhar! Você é preguiçoso! - o vizinho responde.
Quase engasguei de surpresa. O que podemos dizer sobre o cara que disse isso. Além disso.
O que mais me impressionou foi a maneira de pensar da vizinha, nem mesmo sua falta de tato. Para ela, e em geral para toda a geração dos "maiores de sessenta", a dacha é como maná do céu. Muitos trabalharam por muito tempo antes de recebê-lo, e agora não se separam de seu pedaço de terra por preço algum.
E os jovens são organizados de forma diferente: o vizinho tem dois filhos, a mulher está de licença maternidade, paga a hipoteca, tem dois empregos. Ele não tem tempo para lidar com a dacha: ele não tem força nem tempo sobrando. Portanto, os jovens facilmente se desfazem de tudo que puxa o bolso e é um fardo.
No caso dele, é uma área suburbana. Sim, dentro dos limites da cidade, mas uma excelente vista de rio, mas repito, não dá tempo de o fazer, e não com as mãos.
Para uma vizinha, a hipoteca não é uma desculpa, sua posição é tão simples quanto um ancinho: seja preguiçoso - você não quer trabalhar na terra. E é isso.
Acho que construir um conto de fadas em seu próprio enredo é, claro, uma boa ideia. Mas apenas quando não é prejudicial para a vida diária e saúde. Tudo vai bem com moderação e os jovens têm razão: os velhos se divertem no campo e depois reclamam da saúde.